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| Imagem Ilustrativa |
A taxa de desemprego no Brasil atingiu 5,2% no trimestre encerrado em novembro, o menor patamar desde o início da série histórica atual, em 2012. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), e confirmam um momento positivo do mercado de trabalho brasileiro, com recordes tanto na ocupação quanto na redução do número de pessoas desocupadas.
Segundo o levantamento, 5,6 milhões de brasileiros estavam desempregados entre setembro e novembro, o menor contingente já registrado pela pesquisa desde a sua criação. O resultado consolida uma trajetória consistente de melhora no emprego, observada ao longo de 2024, e reforça a percepção de retomada econômica em diversos setores da economia.
Menor desemprego desde 2012
A taxa de desocupação de 5,2% representa um marco histórico. Até então, o menor índice havia sido registrado no início da década passada, antes das sucessivas crises econômicas que impactaram o país, como a recessão de 2015–2016 e, mais recentemente, a pandemia de covid-19.
De acordo com o IBGE, a queda do desemprego reflete, principalmente, o aumento expressivo no número de pessoas ocupadas, além da manutenção de uma taxa de participação relativamente elevada no mercado de trabalho.
O IBGE também relembra que o maior contingente de desempregados da série histórica ocorreu no trimestre encerrado em março de 2021, em pleno auge da pandemia. Naquele período, 14,9 milhões de pessoas estavam sem trabalho, evidenciando o forte impacto da crise sanitária sobre a economia e o emprego.
Desde então, o país vem registrando uma recuperação gradual, mas consistente, impulsionada pela reabertura das atividades econômicas, avanço da vacinação, crescimento de setores como serviços e comércio, além de políticas de estímulo ao emprego formal.
Número de pessoas ocupadas é recorde
Outro dado que chama atenção no levantamento do IBGE é o recorde no número de pessoas ocupadas no Brasil, que chegou a 103,2 milhões no trimestre encerrado em novembro. Este é o maior contingente de trabalhadores já registrado pela PNAD Contínua.
Esse crescimento da ocupação indica não apenas a absorção de trabalhadores que estavam desempregados, mas também a entrada de novas pessoas no mercado de trabalho, seja por meio do primeiro emprego, seja pelo retorno após períodos de inatividade.
O avanço da ocupação foi acompanhado por um aumento no chamado nível de ocupação, que mede a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estão trabalhando. Esse indicador alcançou 59,0%, o maior percentual de toda a série histórica da pesquisa.
Segundo analistas, esse resultado demonstra que o mercado de trabalho brasileiro está conseguindo gerar oportunidades em ritmo suficiente para absorver grande parte da população em idade ativa, algo que não ocorria de forma tão ampla há mais de uma década.
Recuperação após a pandemia
A comparação com os dados do período mais crítico da pandemia evidencia a dimensão da recuperação. Em 2021, além do recorde de desempregados, o país registrava fechamento de empresas, redução da renda média e aumento da informalidade em diversos segmentos.
Nos últimos anos, no entanto, houve uma recomposição gradual do emprego, especialmente nos setores de serviços, comércio, construção civil e indústria de transformação. O setor de serviços, tradicionalmente o maior empregador do país, tem sido um dos principais responsáveis pela geração de novas vagas, impulsionado pelo crescimento do turismo, alimentação fora do lar, transporte e atividades administrativas.
A formalização do trabalho também tem apresentado avanços, com aumento no número de trabalhadores com carteira assinada, o que contribui para maior estabilidade no emprego e acesso a direitos trabalhistas e previdenciários.
Impacto na renda e no consumo
A redução do desemprego e o aumento da ocupação têm reflexos diretos na renda das famílias e no consumo. Com mais pessoas trabalhando, cresce o volume de recursos em circulação na economia, o que favorece o comércio e os serviços, criando um ciclo positivo de crescimento.
Embora o IBGE ainda divulgue separadamente os dados sobre rendimento médio real do trabalhador, especialistas apontam que a maior estabilidade no emprego tende a melhorar o planejamento financeiro das famílias, reduzir a inadimplência e estimular investimentos de longo prazo, como aquisição de imóveis e bens duráveis.
Além disso, a ampliação do mercado de trabalho formal contribui para o aumento da arrecadação previdenciária e tributária, fortalecendo as contas públicas e ampliando a capacidade do Estado de investir em políticas sociais e infraestrutura.
Desafios ainda presentes
Apesar dos números positivos, o IBGE e economistas alertam que ainda existem desafios estruturais no mercado de trabalho brasileiro. A informalidade, embora tenha apresentado redução em alguns períodos, segue elevada em determinadas regiões e segmentos, especialmente entre trabalhadores de baixa renda e menor escolaridade.
Outro ponto de atenção é a desigualdade regional. Enquanto grandes centros urbanos e regiões mais desenvolvidas concentram boa parte das novas vagas, áreas mais afastadas e municípios menores ainda enfrentam dificuldades para gerar empregos de qualidade.
Há também o desafio da qualificação profissional. Com as transformações tecnológicas e a digitalização de processos, cresce a demanda por trabalhadores com habilidades específicas, o que exige investimentos contínuos em educação, capacitação e requalificação da mão de obra.
Expectativas para os próximos meses
A expectativa para os próximos trimestres é de manutenção de um mercado de trabalho aquecido, embora em ritmo possivelmente mais moderado. Fatores como o cenário econômico global, as taxas de juros, a inflação e o nível de investimentos privados podem influenciar o desempenho do emprego ao longo de 2026.
Especialistas destacam que a continuidade da geração de empregos dependerá do crescimento sustentável da economia, do fortalecimento do ambiente de negócios e da adoção de políticas que incentivem a produtividade e a formalização.
O IBGE seguirá acompanhando de perto esses movimentos por meio da PNAD Contínua, que é considerada a principal fonte de dados sobre o mercado de trabalho no país, fornecendo informações essenciais para governos, empresas e pesquisadores.
Importância dos dados para políticas públicas
Os números divulgados pelo IBGE servem de base para a formulação e avaliação de políticas públicas nas áreas de emprego, renda e desenvolvimento social. A queda expressiva do desemprego pode influenciar decisões relacionadas a programas de qualificação profissional, incentivos à contratação e ajustes em políticas de assistência social.
Além disso, os dados ajudam a orientar o setor privado, que utiliza essas informações para planejar investimentos, expansão de negócios e estratégias de contratação.
Minha Conclusão
A taxa de desemprego de 5,2%, a menor desde 2012, e o recorde de 103,2 milhões de pessoas ocupadas representam um marco importante para o Brasil. Os números divulgados pelo IBGE indicam uma recuperação robusta do mercado de trabalho, após anos de instabilidade econômica e os impactos severos da pandemia de covid-19.
Embora desafios persistam, os dados mostram um cenário mais favorável para trabalhadores e para a economia como um todo. A continuidade dessa trajetória dependerá da capacidade do país de sustentar o crescimento, reduzir desigualdades e investir em qualificação profissional, garantindo que os avanços observados se traduzam em empregos de qualidade e melhoria das condições de vida da população brasileira.
Autor: Joel Sychocki/ Com informaçoes da Agencia Brasil
