Brasileiros e atleta portuguesa passam a integrar o Hall da Fama da Corrida de São Silvestre

 

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Rosa Mota, Marilson dos Santos e Carmem de Oliveira eternizam suas trajetórias com placas no acervo histórico da tradicional prova de rua

A história da Corrida Internacional de São Silvestre ganhou, nesta semana, novos capítulos marcantes com a inclusão de três grandes nomes do atletismo mundial em seu Hall da Fama. A portuguesa Rosa Mota e os brasileiros Marilson dos Santos e Carmem de Oliveira tiveram as marcas de seus pés eternizadas em placas que passam a integrar o acervo histórico da mais tradicional corrida de rua do Brasil.

A cerimônia de homenagem foi realizada nesta sexta-feira (29), durante a Expo São Silvestre, evento que antecede a prova e reúne atletas, expositores e o público em geral. A Expo ocorre no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, e faz parte da programação oficial da centésima edição da corrida, considerada um marco histórico para o esporte nacional.

As placas com as impressões dos pés dos três atletas agora se somam à do queniano Paul Tergat, maior vencedor da prova entre os homens. Tergat conquistou cinco títulos ao longo da carreira e inaugurou o Hall da Fama da São Silvestre em agosto deste ano, em uma iniciativa que busca preservar a memória e valorizar os protagonistas que ajudaram a construir a história da competição ao longo de um século.

Um tributo à história da São Silvestre

Criada em 1925, a Corrida Internacional de São Silvestre se consolidou como um dos eventos esportivos mais emblemáticos do Brasil e da América Latina. Realizada tradicionalmente no dia 31 de dezembro, a prova se tornou um símbolo de encerramento do ano e de celebração do esporte, reunindo atletas profissionais, amadores e corredores de diferentes partes do mundo.

A criação do Hall da Fama faz parte das ações comemorativas pelos 100 anos da corrida e tem como objetivo reconhecer atletas que deixaram um legado duradouro, seja por conquistas expressivas, seja por sua contribuição para a popularização da modalidade.

Durante a cerimônia, os homenageados destacaram a importância da São Silvestre em suas trajetórias e a emoção de fazer parte de um seleto grupo que passa a integrar oficialmente a história da prova.

Rosa Mota: a maior vencedora da prova

Entre os nomes homenageados, um dos maiores destaques é o da portuguesa Rosa Mota. Considerada uma das maiores atletas da história do atletismo feminino, ela é a maior vencedora da São Silvestre, com seis títulos consecutivos conquistados entre 1981 e 1986.

Rosa Mota também construiu uma carreira brilhante em outras competições internacionais, incluindo medalhas olímpicas e títulos mundiais, mas sempre manteve uma relação especial com a prova brasileira. Durante a cerimônia, a atleta relembrou sua primeira participação e a forma como foi recebida pelo público.

Segundo ela, o clima festivo e a energia das ruas de São Paulo foram determinantes para que retornasse à corrida por vários anos seguidos. Na época, a São Silvestre era disputada à noite, o que tornava o evento ainda mais marcante, com ruas lotadas e um ambiente de celebração que conquistava atletas e espectadores.

Rosa Mota afirmou sentir orgulho por fazer parte da história da corrida e destacou a importância de iniciativas que preservem a memória esportiva. Para a atleta, o Hall da Fama representa não apenas uma homenagem individual, mas um reconhecimento coletivo àqueles que ajudaram a transformar a São Silvestre em um evento de alcance mundial.

Carmem de Oliveira: pioneirismo brasileiro

Outra atleta eternizada no Hall da Fama é Carmem de Oliveira, um nome fundamental para o atletismo feminino brasileiro. Ela foi a primeira brasileira a vencer a São Silvestre após a abertura da prova para a participação de atletas estrangeiros, um feito que marcou época e ampliou o protagonismo nacional na competição.

Carmem destacou, durante o evento, a dimensão atual da corrida, que reúne dezenas de milhares de participantes, e ressaltou o significado da homenagem em um momento de celebração da trajetória da prova. Para ela, estar entre os homenageados representa uma forma de reconhecimento por anos de dedicação ao esporte e pelas conquistas alcançadas ao longo da carreira.

A atleta também enfatizou o aspecto humano e social da São Silvestre, destacando o reencontro com amigos, ex-atletas e profissionais do meio esportivo, além da inspiração que a corrida proporciona a novas gerações de corredores.

Marilson dos Santos: o brasileiro mais vitorioso na era internacional

O terceiro homenageado foi Marilson dos Santos, considerado o brasileiro mais vitorioso da São Silvestre desde que a prova se tornou internacional. Marilson conquistou três títulos, nos anos de 2003, 2005 e 2010, consolidando seu nome entre os maiores atletas da história da corrida.

Durante a cerimônia, Marilson destacou a relevância da São Silvestre no imaginário esportivo brasileiro. Segundo ele, trata-se da prova mais popular do país, amplamente acompanhada pelo público e reconhecida até mesmo por quem está começando a correr.

O atleta ressaltou que a São Silvestre é, para muitos corredores, um objetivo simbólico, uma meta a ser alcançada ao longo da vida esportiva. Para ele, fazer parte da história da corrida e agora integrar oficialmente o Hall da Fama é motivo de grande satisfação pessoal e profissional.

A Expo São Silvestre e a valorização do esporte

A Expo São Silvestre, onde ocorreu a cerimônia, é um espaço dedicado à interação entre atletas, marcas, organizadores e o público. Além de exposições e atividades culturais, o evento também se tornou um ambiente para homenagens e ações voltadas à preservação da memória da corrida.

A presença de atletas históricos reforça o papel da Expo como um ponto de encontro entre diferentes gerações do atletismo, permitindo que corredores amadores conheçam de perto histórias que ajudaram a construir a tradição da prova.

Recorde de inscritos na 100ª edição

A centésima edição da Corrida Internacional de São Silvestre acontece na manhã da próxima quarta-feira (31) e já entra para a história antes mesmo da largada. Neste ano, mais de 55 mil pessoas se inscreveram para participar da prova, estabelecendo um novo recorde de inscritos.

O número expressivo de participantes reflete o crescimento da corrida de rua no Brasil e a força da São Silvestre como evento esportivo e cultural. Ao longo dos anos, a prova passou por transformações em seu percurso, horário e organização, mas manteve sua essência como uma celebração coletiva do esporte.

Um legado que atravessa gerações

A inclusão de Rosa Mota, Marilson dos Santos e Carmem de Oliveira no Hall da Fama da São Silvestre reforça o compromisso da organização em valorizar a história da prova e reconhecer atletas que contribuíram de forma significativa para sua consolidação.

Mais do que troféus e medalhas, as placas com as marcas dos pés simbolizam trajetórias de esforço, disciplina e superação, características que fazem parte do espírito da São Silvestre desde sua criação.

Com a chegada da 100ª edição, a corrida reafirma seu papel como um dos maiores eventos esportivos do país, conectando passado, presente e futuro em uma celebração que vai muito além da competição.

Autor: Joel Sychocki

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